O dublador Carlos Seidl, que durante 28 anos foi a voz do Seu Madruga no Brasil, falou com exclusividade ao R7 sobre sua saída da dublagem de Chaves e Chapolin.
Seidl decidiu não emprestar mais sua voz a Madruga – tanto nos episódios inéditos de Chaves quanto em futuros capítulos do desenho animado – por considerar-se lesado pelo contrato de trabalho apresentado pelo SBT.
O dublador contou que foi muito difícil dizer “não” ao personagem.
— Foi extremamente difícil dizer não ao Madruga. É um personagem que sempre fiz, um trabalho marcante, que está há 28 anos em cartaz, passando várias vezes por dia. E até pela própria repetição, a gente fica mais ligado a ele.
De acordo com a lei brasileira, os atores e dubladores têm o direito de receber um pagamento a cada vez que uma obra é reapresentada em algum tipo de mídia. Resumidamente, a isso se dá o nome de “direito conexo”.
O SBT queria que Seidl abrisse mão desses direitos, o que não foi aceito por ele.
— O problema foi o contrato, onde eu deveria abrir mão dos direitos por 25 anos. Isso vai contra a regulamentação dos atores, que diz que os direitos autorais e conexos são inalienáveis [não podem ser cedidos a ninguém] e afirma que você tem que receber a cada reapresentação da obra. Não se chegou nem a valores porque eles recusaram de antemão. Em face disso, nem vou fazer.
O dublador, que está no ar como o mordomo José Jorge da novela Máscaras (Record), disse ainda que os fãs não devem “boicotar” os novos capítulos de Chaves por causa de sua saída.
— Acho chato os fãs não verem porque não estou, ninguém é insubstituível. Não devem me imitar porque é tom de voz, mas tem vários dubladores que podem fazer o Madruga. E há muitos personagens que já foram substituídos.
Os episódios inéditos do seriado estão em fase de dublagem e ainda não têm data para estrear no Brasil. Especula-se que Marco Moreira, voz oficial de Jim Carrey no Brasil, foi escalado para viver o Seu Madruga.
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