Após a publicação da notícia sobre o ator Guilherme Karan, que sofre de uma doença degenerativa, uma síndrome neurológica chamada Machado-Joseph, que compromete a capacidade motora do paciente, vários de seus amigos famosos demonstraram comoção.
“É impossível imaginar o Karan assim. Tristeza não combina com ele”, diz a atriz Cristina Pereira, que trabalhou com o ator na “TV Pirata”.
Louise Cardoso disse que tentou entrar em contato com Karan, em vão: “Tentei entrar em contato, mas ele não quer falar com ninguém”.
“Há dois anos perdi o contato. O Miguel (Falabella, autor), é quem me dá informações sobre ele. Me disse que Karam não tem recebido ninguém. Uma pena, pois gostaria de procurá-lo”, lamenta Ney Latorraca.
O ator Diogo Vilela também tentou contato, mas não conseguiu. “Domingo, comentei com a Cláudia Raia sobre a falta que o Guilherme faz à TV. Todos nós gostaríamos de estar com ele. Acho que esse carinho do público e o afeto dos amigos talvez possam ajudá-lo e fazê-lo perceber que não está só”, disse.
O pai de Guilherme Karan, Alfredo, contou ao jornal Extra que o filho não sai de casa e se sente triste até pra assistir a reprise do “TV Pirata” no canal Viva. “Está deprimido. Eu compreendo e dou toda a assistência que posso”, diz.
Colega de cena em “Meu Bem Meu Mal” (1990), Vera Zimmermann está sem falar com Karan há anos, mas ainda espera uma oportunidade de retribuir toda a generosidade do amigo. “Se não fosse pela ajuda dele, eu não estaria aonde estou. Sou muito grata”, aponta.
Os autores Miguel Falabella e Glória Perez também tentaram falar com o ator, mas acataram a ordem de não procurá-lo mais. “Tentei entrar em contato e convidá-lo para uma participação em ’Toma lá da cá’, mas ele não quis. Acho que ele prefere ficar reservado para que todos tenham em mente o Guilherme alegre, alto astral, porque é isso que ele representa para todos nós”, acredita Falabella.
Apesar do drama vivido por Guilherme Karan, amigos e família acreditam em sua recuperação e no breve retorno ao trabalho. “As pesquisas continuam. Quem sabe não descobrem um antídoto para que ele possa voltar ao que era antes. Ele perdeu a alegria de viver”, diz seu pai.
“Nós atores precisamos nos recolher e ter um momento de silêncio, às vezes. Logo ele vai sair dessa”, acredita Ney Latorraca.
A doença
Charles André, neurologista integrante da Câmera Técnica de Neurologia e do Conselho Regional de Medicina (Cremerj), disse ao jornal Extra que a doença Machado-Joseph, que deixou Guilherme Karan numa cadeira de rodas, não tem cura.
A doença é hereditária e provoca uma lesão na região do cerebelo e assim ficam comprometidas a coordenação motora, a fala, a deglutição e até mesmo o movimento dos olhos.
“Ela começa na juventude ou na vida adulta e é progressiva. Não existe cura ainda. Há tratamentos de reabilitação baseados nos problemas que forem surgindo”, disse Charles André.
Ele ainda afirmou que a doença não é diretamente mortal: “Pode, por exemplo, comprometer o equilíbrio e a pessoa cair e machucar-se muito”, disse.
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