Sem os direitos de transmissão da Libertadores na TV paga, pertencentes ao canal Fox Sports, nem o dos Jogos Olímpicos de Londres, adquiridos pela Record, a Globo viu na decisão do torneio continental, disputada por uma das equipes mais populares do país, uma rara oportunidade para dar show em 2012. E deu.
A partida entre Corinthians e Boca Juniors mereceu, em São Paulo, tratamento digno de final de Copa do Mundo. “Uma final histórica”, resumiu Christiane Pelajo, apresentadora do “Jornal da Globo”.
A emissora tratou da partida em toda a sua programação – inclusive no intervalo das novelas – nesta quarta-feira.
O jogo “começou” no “Bom Dia São Paulo”, às 6h30 da manhã, prosseguiu no “Bom Dia Brasil”, engrenou no “Mais Você”, com Ana Maria Braga, avançou no “Encontro com Fatima Bernardes”, e prosseguiu numa edição conjunta do “SPTV” com “Globo Esporte”.
O mais novo programa da emissora, aliás, esteve irreconhecível, mais com cara de “Central da Copa”, com Fatima no papel que coube a Tiago Leifert, entrevistando atores, torcedores e chamando reportagens na rua sobre o jogo. O investimento valeu a pena – a audiência do “Encontro” deu um salto em relação às edições mais recentes.
No “Hoje”, e depois com flashes durante toda a tarde, além de noticiário caprichado na segunda edição do “SPTV”, o pré-jogo da Globo conseguiu passar o clima que, de fato, transformou a cidade de São Paulo nesta quarta-feira.
A transmissão da partida, propriamente, não surpreendeu. Com a mesma equipe que atuou nos principais jogos decisivos do Corinthians – Cleber, Caio, Casagrande e Arn aldo – foi aquele festival de clichês de sempre.
Em resumo, críticas à “catimba” argentina (Arnaldo), elogios ao “barulho ensurdecedor” da Fiel (Cleber), a nítida dificuldade de emitir uma opinião (Caio) e um ou outro comentário mais ousado ou engraçado (Casagrande).
Quando o goleiro titular do Boca deixou o gramado contundido, Casagrande animou-se. Afinal, disse, o substituto “não é titular por algum motivo”.
Aos 43 minutos do segundo tempo, o Corinthians vencendo por 2 a 0, Cleber soltou um “ta chegando a hora” e Casão, emocionado, disse que, pela primeira vez, desde que deixou os gramados, em 1994, sentia vontade de estar no gramado. Puro Corinthians.
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