Por Carlos Humberto
Não
era pra ser assim, mas foi. Quando a menos de dois minutos para o final
o jogador Reinaldo marcou o sexto gol de Curaçá, o espetacular futsal
praticado pelos jogadores das duas equipes até então, foi apagado da
quadra e a partir daí se transformou numa verdadeira palhaçada que
macula a imagem do esporte.
Explico. Pelos caprichos do inusitado, o
regulamento da competição previa que um empate em seis gols ou mais
classificaria os dois times, deixando de fora um terceiro que concorria a
uma vaga para a fase seguinte.
Conhecedores da causa, jogadores e
dirigentes, cinicamente, dissimularam e levaram o jogo em ‘banho-maria’
até o apito final do árbitro central.
A resposta da arquibancada foi dura e
imediata: vaias ensurdecedoras, em uníssono, ecoaram pela quadra do
SESC, reverberando pelos ouvidos de toda Petrolina e covardemente
maculando a imagem do futsal e a história da Copa TV Grande Rio, maior
evento do gênero do Vale do São Francisco e um dos maiores do Nordeste.
Quanto vale uma vitória? Até que ponto
as fronteiras entre o caráter e a falta dele se confundem? Para vencer é
justificável praticar o antijogo e assumir atitudes antidesportivas?
Perguntas como essas fizemos a dirigentes e jogadores das duas equipes
após a partida e, como se também tivessem combinado, as respostas foram
muito parecidas.
O experiente goleiro Cícero, do Cabrobó,
recordista de participações na Copa em 17 edições, um tanto quanto
constrangido justificou o comportamento de sua equipe alegando cansaço
dos jogadores pela grande batalha que aconteceu em campo, que teria
provocado o desgaste físico de todos.
Eneilton Ramos, coordenador de esportes
da prefeitura de Curaçá, foi direto na ferida: “Justifica, sim. Seria
burrice nossa e deles continuar jogando se o resultado era favorável aos
dois”.
O treinador Sérgio Robério, de Curaçá,
desconversou e se recusou a admitir que sua equipe tenha compactuado de
uma fraude: “Em nenhum momento combinamos nada”, afirmou.
Em casos como esse o regulamento é
omisso. No entanto, seria bem recebida pela comunidade esportiva uma
punição aos protagonistas de tão deprimente ato antiesportivo. O exemplo
que fica para os mais jovens que no momento formam suas preferências
esportivas é desolador e denigre a imagem de todos que defendem e
praticam o esporte.
Agencia CH
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