domingo, 21 de abril de 2013

COPA TV GRANDE RIO:Espetacular e ridículo

Por Carlos Humberto
Foto-carloshumberto-blogNão era pra ser assim, mas foi. Quando a menos de dois minutos para o final o jogador Reinaldo marcou o sexto gol de Curaçá, o espetacular futsal praticado pelos jogadores das duas equipes até então, foi apagado da quadra e a partir daí se transformou numa verdadeira palhaçada que macula a imagem do esporte.
Explico. Pelos caprichos do inusitado, o regulamento da competição previa que um empate em seis gols ou mais classificaria os dois times, deixando de fora um terceiro que concorria a uma vaga para a fase seguinte.
Conhecedores da causa, jogadores e dirigentes, cinicamente, dissimularam e levaram o jogo em ‘banho-maria’ até o apito final do árbitro central.
A resposta da arquibancada foi dura e imediata: vaias ensurdecedoras, em uníssono, ecoaram pela quadra do SESC, reverberando pelos ouvidos de toda Petrolina e covardemente maculando a imagem do futsal e a história da Copa TV Grande Rio, maior evento do gênero do Vale do São Francisco e um dos maiores do Nordeste.
Quanto vale uma vitória? Até que ponto as fronteiras entre o caráter e a falta dele se confundem? Para vencer é justificável praticar o antijogo e assumir atitudes antidesportivas? Perguntas como essas fizemos a dirigentes e jogadores das duas equipes após a partida e, como se também tivessem combinado, as respostas foram muito parecidas.
O experiente goleiro Cícero, do Cabrobó, recordista de participações na Copa em 17 edições, um tanto quanto constrangido justificou o comportamento de sua equipe alegando cansaço dos jogadores pela grande batalha que aconteceu em campo, que teria provocado o desgaste físico de todos.
Eneilton Ramos, coordenador de esportes da prefeitura de Curaçá, foi direto na ferida: “Justifica, sim. Seria burrice nossa e deles continuar jogando se o resultado era favorável aos dois”.
O treinador Sérgio Robério, de Curaçá, desconversou e se recusou a admitir que sua equipe tenha compactuado de uma fraude: “Em nenhum momento combinamos nada”, afirmou.
Em casos como esse o regulamento é omisso. No entanto, seria bem recebida pela comunidade esportiva uma punição aos protagonistas de tão deprimente ato antiesportivo. O exemplo que fica para os mais jovens que no momento formam suas preferências esportivas é desolador e denigre a imagem de todos que defendem e praticam o esporte.
Agencia CH

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