O
que não falta na televisão são programas em que a baixaria é o prato
principal. Por mais que muitos critiquem, o gênero do mundo cão rende
audiência e repercussão. O “Big Brother Brasil” é o produto global que
atende a esta demanda, a diferença é que na Rede Globo até a baixaria
passa pelo Padrão de Qualidade.
Mesmo
sabendo que o mote do reality está na quantidade e intensidade dos
barracos, a Globo faz questão de mascarar a origem pitoresca do
programa. Transmissão em 3D e HD, apresentador com credibilidade
intelectual, designer moderno e edição caprichada, estes são alguns dos
recursos estéticos utilizados para disfarçar o conteúdo popularesco do
“BBB”.
Apesar dos esforços para
embelezar a baixaria, às vezes o elenco extrapola os limites do
contornável. Na festa da última quarta-feira (09/10), por exemplo, a
vodka misturada com a empolgação de estar na Mansão do Projac resultou
numa cena de dar inveja ao “SuperPop”, Fani trocou de roupa à beira da
piscina enquanto Anamara tapava os seios da amiga com as mãos.
Longe
do discurso moralista, assisto ao programa consciente do que ele é e do
que pode oferecer. Não há problema em preferir o DNA no “Programa do
Ratinho” aos documentários do Discovery Channel. Afinal, é bastante
arriscado julgar alguém tendo como base ao que ela assiste.
O
intrigante é a postura das emissoras, principalmente a Globo, em não
admitir que determinada atração é apelativa. Atitude hipócrita e
desonesta. Já que produziu, o correto seria deixar bem claro ao público o
que ele vai encontrar naquele produto. A própria Endemol, detentora do
formato, não esconde o sensacionalismo intrínseco ao reality. Ver quem
quer.
Talvez seja por se sentir
enganado que o telespectador no Brasil relute contra o “BBB”, por aqui
ele é vendido numa embalagem chique, porém o conteúdo é primo-irmão do
“Casos de Família”. Particulamente, nada contra.
Portal POP – Blogs Séries e TV – Uziel Moreira
Nenhum comentário:
Postar um comentário