segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Atriz de ‘Gabriela’ conta que levava boneca para o set de filmagem


Raquel Villar interpreta a ingênua Ina em 'Gabriela'. Foto: Luiza Dantas / Carta Z Notícias/TV Press
Raquel Villar interpreta a ingênua Ina em ‘Gabriela’
Muitas vezes a preparação para um personagem mexe profundamente com seus intérpretes. E foi exatamente o que aconteceu com Raquel Villar, a inocente Ina de Gabriela. A atriz, de 24 anos, se viu encantada pelo universo juvenil da adolescente, que tem por volta de 16 e é deixada pelo pai no prostíbulo Bataclan para ganhar dinheiro com sua beleza e, assim, ajudar a família. E esse encantamento chegou ao ponto de Raquel passar, durante um tempo, a frequentar os estúdios de gravação com uma boneca sua nos braços, tal qual sua personagem na trama. “Talvez aquela seja sua única amiga até a chegada ao cabaré. E eu quis entender essa relação, torná-la mais real. Crianças, normalmente, levam a sério seus brinquedos”, explicou, pontuando o lado infantil de Ina.
Para ir mais fundo nessa regressão, Raquel também decidiu reler algumas fábulas, principalmente de Monteiro Lobato. E, assume, procurou vídeos da primeira versão televisiva de Gabriela na internet. “Mas tem muito pouca coisa. Fui ler o livro e também outras obras do Jorge Amado, já que nunca tinha feito nada de autoria dele”, contou Raquel, que participou dos workshops com a equipe e teve encontros com as colegas de cena do Bataclan. A atriz teve ainda uma preparação com o conceituado “coach” Sérgio Penna, o que também foi fundamental para encontrar o tom certo para seu quarto trabalho em novelas ¿ ela estreou em Duas Caras, também na pele de uma prostituta, fez a decidida Glória de Cama de Gato e, depois, a “joia” Esmeralda de Araguaia. “Tudo isso abriu portas para que eu pudesse me sentir mais segura na hora de construir a Ina”, informou.
O papel na adaptação de Walcyr Carrasco foi conquistado através de testes. Depois de aprovada, a atriz se juntou às colegas de cena para aulas de dança, que incluíram ritmos como tango, charleston e maxixe. “Tem a coisa de mexer muito a perna, uma energia intensa. Aquela era uma época em que as pessoas estavam em busca de liberdade e as danças eram quentes”, analisou. Outra preocupação da jovem foi com a prosódia, já que nunca esteve na Bahia. Para treinar, Raquel passou a inserir, no meio de suas conversas cotidianas, um pouco do sotaque de Ilhéus. “Minhas amigas já nem ligam mais”, divertiu-se.
Um ponto que ajuda a atriz na hora de trabalhar a voz são as aulas de canto, hábito que já tinha antes mesmo de pensar na possibilidade de atuar no folhetim. Nascida em uma família de músicos, a atriz enxerga esse aprendizado como um fator positivo na hora de construir o jeito de falar de cada personagem. “Me dá mais segurança. Me faz conhecer melhor minha voz. Cantar é também interpretar”, argumentou.
A possibilidade de gravar sequências mais ousadas não chega a preocupar a atriz. Por se tratar de uma novela exibida depois das 23 horas, Raquel sabe que talvez tenha cenas carregadas na sensualidade, principalmente em tomadas de Ina com clientes do prostíbulo. Segundo ela, o cuidado analisado em todo o processo de pré-produção de Gabriela serviu para que se sinta à vontade. “Sempre bate uma vergonhazinha de leve, mas eu curto. Acho o nu lindo. Tudo depende de como é feito”, atestou.
Gabriela - Terça a sexta, às 23h, na Globo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário