Hotel decorado para a saída dos BBBs, rumo ao Projac (Foto: AGNews)
Como manter em alta, com cara de novidade, um programa campeão de audiência que o público conhece há mais de uma década? Considerando que reality shows, em tese, não têm roteiro, e que os personagens fazem o que bem entendem diante das câmeras, o que o público pode esperar é uma radicalização de alguns conceitos. Afinal, o Big Brother Brasil é também um jogo, que precisa de mais e mais dificuldades para ter alguma graça.
Não há dúvidas de que o BBB 12 começa com jeito de sucesso. E, dessa vez, as dificuldades parecem ter começado antes da estreia da exibição na TV. Duas desistências em 72 horasdeixam o público com a sensação de que algo novo está a caminho. E aí é que a 12º edição do BBB começa a ficar mais interessante para quem gosta – e ainda mais insuportável para quem detesta.
Coisas como “prova do líder”, “paredão” e “big fone” podem estragar jantares, chopes de confraternização e visitas em família. É melhor se acostumar à estranha mobilização comandada pelos aparelhos de TV – e, cada vez mais, também por tablets e celulares. O site de VEJA vai acompanhar, em tempo real, os dias e as noites do BBB, com a cobertura de provas, dos principais momentos do programa, enquetes e análises diárias do que se passa na casa.
É impossível levar o BBB a sério. Mas é também impossível ignorar que o desfile de nulidades, ignorância, apelação sensual e o esforço hercúleo de anônimos para chegar ao mundo das subcelebridades diz muito sobre o brasileiro e seu aparelho de TV. Para o bem e para o mal, os primeiros movimentos do programa indicam que Boninho não está disposto a facilitar as coisas. A forma de injetar adrenalina na casa é a mesma, com provas ainda mais extenuantes e situações mais embaraçosas. Assim, o programa é assunto na manhã seguinte, e à noite mais gente vai querer saber o que vem por aí.
Os ingredientes deste ano já foram apresentados: 1 andrógino + 2 atrizes pornôs + 3 lésbicas + 2 misses + 1 obeso, para começo de conversa. Nenhum deles é negro, mas a suspeita é de que o programa terá mais participantes do que os já revelados até aqui.
O espetáculo propriamente dito começa nesta terça-feira, com a saída dos participantes do hotel Windsor, na Barra da Tijuca, às 13h30, de onde seguem para o Projac. Lá, entre os 400 convidados para a recepção, 60 são candidatos que foram até a última etapa de seleção – com a expectativa permanente de que, de uma hora para outra, Boninho possa lançar aos leões alguém inicialmente não escalado para a casa.
Há acontecimentos mais ou menos previsíveis, pela composição da casa. Como o beijo gay que, apesar de muita insinuação, até hoje não aconteceu. Do que já se viu, muito deve se repetir, e são certos os triângulos amorosos, as confissões de preferências sexuais, algum descontrole com a bebida e o choro com saudade de casa. A única coisa proibida, de fato, é o tédio. Mas com Boninho no comando, a chance de isso acontecer tende a zero.
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