quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

CASO ELOÁ: Jurados se reúnem para decidir se Lindemberg é culpado ou inocente

 Declarou o réu Lindemberg Alves sobre o momento do disparo, durante o seu julgamento no fórum de Santo André, na Grande São Paulo 

Os jurados estão reunidos para decidir se o réu Lindemberg Alves, acusado de matar Eloá Pimentel após mantê-la como refém por cerca de cem horas em outubro de 2008 em Santo André (ABC paulista) é culpado ou inocente por esses e outros crimes.
O júri, composto por seis homens e uma mulher, deve responder, em uma sala reservada, a um questionário com 49 perguntas. Cada pergunta referente aos crimes receberá como resposta ‘sim’ ou ‘não’ --os jurados não podem conversar nem debater os temas entre si. Após o parecer de todos, a sentença será lida pela juíza Milena Dias.

O réu é acusado de cometer 12 crimes, entre eles homicídio duplamente qualificado por motivo torpe (contra Eloá), tentativa de homicídio (contra Nayara Rodrigues, amiga de Eloá também feita refém, e contra o sargento Atos Valeriano, que participou das negociações), cárcere privado e disparos de arma de fogo.
Neste quarto, e provavelmente último, dia de julgamento, foi a vez de acusação e defesa defenderem suas teses a respeito dos crimes. A primeira a falar foi promotora Daniela Hashimoto. Segundo ela, Lindemberg já sabia o que iria fazer quando foi à casa de Eloá. “Não se baseiem em performances, mas nas provas”, afirmou olhando para aos jurados. "Coloquem-se no papel das vítimas."
Hashimoto afirmou que Lindemberg mentiu ao falar que os demais reféns --amigos de Eloá que estavam fazendo um trabalho de escola quando o réu chegou-- poderiam deixar a casa quando quisessem. A promotora chegou a comparar a situação com a vivida pelo apresentador Silvio Santos em 2001, quando foi feito refém dentro de sua casa.
 Hashimoto também disse que não há dúvidas sobre quem atirou e matou a jovem Eloá. A promotora também defendeu que Lindemberg atirou contra Nayara. "A perícia comprovou que a Nayara foi atingida por um projétil de calibre 32. Só o Lindemberg tinha essa arma no dia dos fatos", declarou.
Já a advogada de defesa, Ana Lúcia Assad, reconheceu que não pediria absolvição de seu cliente. "Não vou pedir a absolvição dele [Lindemberg]. Ele errou, tomou as decisões erradas e deve pagar por isso, mas na medida do que ele efetivamente fez", disse. "Peço que os senhores condenem o Lindemberg pelo homicídio culposo [sem intenção de matar], pois ele não desejou o resultado. Ele sofre pela morte dela [Eloá]."
Ontem, o réu deu seu depoimento e confessou que atirou em Eloá, mas negou que tenha planejado a morte da vítima --o tiro teria sido dado após ele tomar um susto com a invasão policial.
A defensora, contudo, contradisse seu cliente em alguns momentos. Assad afirmou, por exemplo, que o tiro em Nayara foi dado após um susto. "Ele não tentou matar a Nayara. Ele se assustou e atirou.” Lindemberg, contudo, disse ontem que não se lembrava de ter atirado na segunda refém.
uol
por Mário Sérgio - BLOG TERRA NOVA

Nenhum comentário:

Postar um comentário