segunda-feira, 7 de maio de 2012

‘Amor Eterno Amor’ desanima com ritmo monótono e casais fracos

Cena da novela das 18h da TV Globo: após dois meses no ar, trama não engatou. Foto: TV Globo/Divulgação
Cena da novela das 18h da TV Globo: após dois meses no ar, trama não engatou
Desde sua estreia, no início de março, Amor Eterno Amor tem apresentado um ritmo arrastado, quase monótono. O tema da mãe que procurava o filho desaparecido não é dos mais originais, mas poderia conferir alguma movimentação à trama. Só que depois do reencontro de Rodrigo e Verbena, de Gabriel Braga Nunes e Ana Lúcia Torre, a novela perdeu a sustentação. A morte de Verbena abriu caminho para a disputa entre Rodrigo e Melissa, interpretada por Cássia Kiss Magro, pela herança da família Borges, outro tema que já está batido, assim como a busca do protagonista pelo amor de infância.
Além de uma coleção de lugares-comuns, a novela de Elizabeth Jhin é um grande desperdício de ótimos atores. A começar por Rosane Gofman, que vive, na pele da empregada Valdirene, uma história sem atrativos. Dimas, personagem de Luís Melo, é praticamente uma escada para Melissa. Cássia, aliás, foi encantadora como Dulce em Morde & Assopra, mas ainda não achou o tom certo para a vilã, que caminha pela caricatura.
O entrosamento entre alguns casais também parece ruim. Gabriel Braga Nunes e Andréia Horta, que vive Valéria, era um casal mais crível no início da trama. Já Rodrigo e Miriam, papel de Letícia Persiles, são um pouco “água com açúcar”. Enquanto Andréia diverte no papel da menina desmiolada, Letícia tem uma performance sonolenta como a desenxabida jornalista. Miriam parece sempre apelar para o didatismo, o que a transforma em mais uma mocinha enfadonha.
Com a transferência do eixo principal da trama de Marajó para o Rio, a história ainda perdeu atrativos. O mais óbvio é a falta das lindas paisagens da ilha paraense, um ambiente pouco conhecido e, portanto, mais interessante de ser exibido. A mudança do personagem principal para a cidade grande também tornou despropositada a presença do núcleo marajoara, que aparece menos ainda depois da ida de Valéria, Carmem e Zé da Carmem para a capital fluminense. Os personagens de Vera Mancini e Pedro Paulo Rangel, com interpretações mais que satisfatórias, deveriam ter mais destaque.
Elizabeth Jhin acertou ao apresentar um assunto pouco abordado nas tramas. Interpretada por Klara Castanho, a personagem Clara representa as “crianças índigo”, com dons sensitivos, o que dá um frescor ao tema do espiritismo, marca registrada das novelas da autora. “Amor Eterno Amor” precisa de conflitos mais interessantes para sair da monotonia e perder o clima melancólico que vem se formando desde seu início.

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