quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

CASO ELOÁ: "Quero pedir perdão", diz Lindemberg a mãe de Eloá ao falar sobre caso pela primeira vez


Advogada de defesa de Lindemberg Alves, Ana Lúcia Assad, conversa com a imprensa em frente ao Fórum de Santo André, na Grande São Paulo, ao lado do advogado da família de Eloá Pimentel, Ademar Barros
O réu Lindemberg Alves, acusado de matar Eloá Pimentel, 15, após mantê-la como refém por cerca de cem horas em outubro de 2008, pediu perdão à mãe da jovem nesta quarta-feira (15).
"Eu era muito amigo da família", disse Lindemberg durante o seu julgamento no fórum de Santo André (Grande São Paulo), que hoje entrou no terceiro dia. "Quero pedir perdão para a mãe dela em público, pois eu entendo a sua dor", afirmou. "Estou aqui para falar a verdade, afinal tenho uma dívida muito grande com a família dela [Eloá]."
Ontem, a mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel, encarou o réu enquanto esteve no plenário. "Não vi arrependimento nele, ele não pediu perdão", afirmou. Ela disse ainda que estava preparada para ouvir o que Lindemberg tinha a dizer. "O pior já passou, que foi perder minha filha."
O depoimento do réu começou por volta das 14h com a leitura da acusação, feita pela juíza. Segundo Lindemberg, ele e a vítima mantiveram relacionamento amoroso por dois anos e 3 meses e haviam retomado havia cinco ou seis dias --o que a família não confirma.
Lindemberg afirmou que ficou surpreso ao encontrar Iago Oliveira, Victor Lopes de Campos e Nayara Rodrigues no apartamento --os amigos da jovem estavam reunidos para fazer um trabalho de escola e todos foram feitos reféns no primeiro dia do cárcere. "A Eloá ficou assustada ao me ver", relembrou o réu. "Mandei os três saírem do apartamento pois eu queria conversar com ela sozinha. Mas eles se recusaram."
Durante o interrogatório, Lindemberg justificou porquê entrou no apartamento da vítima com uma arma. "Estava armado, pois dias antes recebi ameaças de morte pelo telefone. Era para garantir minha segurança", declarou.
Para Lindemberg, Eloá estaria o traindo com Victor Lopes de Campos - que prestou depoimento na segunda feira como testemunha. Ele então teria pedido para conversar com a vítima e ela teria gritado. "Puxei a arma para Eloá quando ela começou a gritar comigo, mentindo que ela não tinha ficado com o Victor", alegou. "Qualquer outra pessoa teria tido uma reação extrema. Eu fui muito calmo."
O réu também falou sobre o momento da chegada da polícia ao local. "Quando a polícia chegou, fiquei apavorado. Não sabia o que fazer", relata.
Após o depoimento do réu, os debates são abertos, com uma hora e meia para a acusação e uma hora e meia para a defesa, além da réplica e da tréplica. Somente depois disso, os jurados vão se reunir para discutir o caso e, depois, a juíza lerá o veredicto. O julgamento pode acabar ainda hoje.
uol
por Mário Sérgio - BLOG TERRA NOVA 

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