sábado, 18 de fevereiro de 2012

Apresentador Global não entendeu a lição de Barcos

A esta altura, todo mundo já sabe que o atacante argentino Hernán Barcos chamou um repórter da Globo de “boludo” (babaca) diante de outros repórteres após ser confrontado com fotos de Zé Ramalho e bombardeado com perguntas sobre suas semelhanças com o cantor.
Editor-chefe e apresentador do “Globo Esporte”, Tiago Leifert resumiu assim o episódio no programa desta sexta-feira: “Lição aprendida: o Barcos não gosta de apelidos. Não chame o Barcos de Zé Ramalho no trânsito que vai dar problema sério”.
Um pouco mais cedo, durante o “SPTV”, ele disse: “Foi um grande auê, mas não aconteceu absolutamente nada”. E, na véspera, no Twitter, escreveu: “Eu não levo nem nunca vou levar esporte a sério. Quem leva (tipo alguns babacas na minha TL) não entende o que é esporte.”
As três observações são chocantes. Não creio que Leifert realmente pense assim. Significaria dizer que ele não entendeu nada – nem a lição, nem o que ocorreu e, muito menos, o que significa o esporte hoje.
Barcos é um jogador de futebol profissional, cujos direitos econômicos (70% deles) foram adquiridos pelo Palmeiras por cerca de R$ 7 milhões. Dar entrevista depois de treino ou jogo faz parte do trabalho dele.
Sua reação a uma situação de constrangimento público merece elogios, na minha opinião. Como se fosse um pai tentando educar o filho, Barcos procurou dizer que nem tudo é motivo para brincadeira, que certas coisas não são ditas em público, que não se deve brincar com quem não se conhece etc.
Leifert tem todo o direito de transformar o programa jornalístico que apresenta num show de humor e diversão, mas não fica bem tentar convencer todo mundo de que esta é a única forma de enxergar o esporte e o jornalismo.
Esporte é sinônimo de paixão, mas também de negócio bilionário. Nem todo jogador acha legal comemorar gol imitando João Sorrisão. Nem todo torcedor é bobo. E isso não tem nada a ver com bom ou mau humor, com gostar ou não de piadas.
Texto feito pelo colunista Mauricio Stycer.
por Mário Sérgio - BLOG TERRA NOVA

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